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sábado, 11 de junho de 2016

Eu protesto, mas contra o que quero

O rei Suleiman, gigante por natureza, conhecedor de grandes potestades naliganas pelo nome, certamente herdou de seu pai David a consciência de que tinha uma reino poderoso e contava com a protecção divina, assim mesmo conta-nos as escrituras. Já Scander, o Grande, contava com a frase lapidar de Filipe ao dizer-lhe que este deveria ter um reino maior que o dele, e aí surgiu o Faraó Magno que reconquistou o monumental império persa por dentro dele e com sarissas a punho. 

Que a história tenha colorido os dois relatos é bem possível. Que a história tenha aprisionado a verdade em nome da fábula é bem possível. Mas é inegável que os dois selos foram condicionados por testemunhos odiosos e apaixonados e que a luta foi reconhecida como luta geral, isto é, como anseio de um povo, seja o povo de clãs de judeus ou seja a cidade-estado da Macedónia. 

Hoje as coisas mudam. Ao ver o Brasil ocupado de movimentos dictos populares a bradar o fim de um governo interino, que é a continuidade do deles, pois era da mesma "chapa", eu vejo a selectividade dos protestos que beiram o "vamos fazer a história condenar nossos traidores de segredos". Tal qual o menino de pijama listrados que ia a brincar com o crianças do outro lado, este governo parece querer colocar em outro lado o seu companheiro de arruaças e tratá-lo como distante quando ceam à mesa todas as noites. Todas as vezes. 

Protestos como urinar e defecar em foto de um mal quisto nada mais é do que protesto selectivo, pois ignora a fala de um defensor da pedofilia como forma de amor entre pessoas de idades diferentes, este mesmo cuspidor do primeiro. Renega-se a extirpação do ministério da Cultura de um país sem quase nenhum prémio literário ou musical, sem qualquer algum momento de real incentivo e que doa dinheiro a renomados picaretas de plantão. Eis a verdadeira sedição das coisas. O horto das intempéries. O bocado de realidade que é destruída. e a indelicadeza escatólógica de um povo. Mas é como uma propaganda nazista que repetida mil vezes, torna-se verdade, e isto quem diz não sou eu, mas Gobbels, uma das mentes criminosas por detrás do avanço nazista, do nacionalismo socialista alemão - que não pode-se entregar-se senão à esquerda, pois até os meios de angariar votos pela publicidade repetem-se. 

O solo da realidade destas histórias de manifestações so faz saldo a algo estranho: a insensatez e a selectividade. A mais são só protestos que a surrada democracia permite, mesmo sem pestanejar ao perigo. 
Mas como há liberdade de manifestação e reunião que deixem passar, não é?


Eustáquio Silva (11/06/2016)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

A utopia de um mundo igual

Um habitante do Himalaia, próximo às alturas jamais terá o mesmo incentivo e condicções de vida que um morador da quinta avenida em New York, e isto não dá-se porque um lugar seja melhor que outro, pois isto é de juízo de gosto, mas deve-se principalmente porque as coisas não são iguais, as coisas mudam e pessoas não são iguais. 

Pode até parecer postulado básico, mas a agenda esquerdista insiste que a igualdade, diante da escassez e das condicções de cada ponto do globo terrestre, são contornáveis e que só por olhar ao outro, dentro de seus luxos pessoais, sem abrir mão deles, é possível combater a pobreza e a chamada "desigualdade" que nada mais é do que a invenção esquerdista para mover a sua retórica obsoleta. 

É claro que todos nós gostaríamos de um mundo melhor. Isto é sonho de infância. Mas este mundo não virá de uma série de jogos de linguagem, tão-pouco de uma série de acções descoordenadas a ver como o ser humano desigualado por ser igual. 

São tantas as classes que brigam e que pretendem hegemonia que penso eu que a igualdade só será possível com todos mortos, pois este estado é semelhante a todos, inclusive todas as espécies. Mas do jeito que prega-se aos ventos e aos borbotões a utopia do mundo igual ganha mais força ao criticar aquilo que poderia ser instrumento de auxílio: o mercado. 

Criou-se um monstro chamado "neoliberalismo" e um epíteto de "reacionário" a todo aquele que rejeita a pureza e a santidade dos postulados marxistas. Isto chega a ser torpe, pois eu posso indignar-me com qualquer indivíduo em seu direito a ser violado, a sua liberdade a ser condenada sem que para isto enquadre-o numa aquarela social. Isto é só a antífona desta guarda e deste policiamento socialista que pretende demonizar como "eles" todos os que ousarem questionar esta utopia e o doutrinamento desta utopia. 

Razão esta que o Dr. Pangloss passa a ser apenas repetidor contumaz do que viria a ser a esquerda em toda a sua plenitude optimista e absurda. Mas, a como das vezes há a liberdade para que possa-se ser aquilo que queira-se, o indivíduo pode endossar os postulados de esquerda, sob pena de ver em tudo o melhor horizonte possível e deparar-se com esta utopia, mas antes esta certeza do que caber no bolso da história mal contada. 



Eustáquio Silva (06/06/2016).

domingo, 5 de junho de 2016

A história do jogo

Existiu certo pensador inglês que achava que todos nós nascíamos como Marte e queríamos as guerras, mesmo aos brinquedos infantis. Para tal pensador inglês seria preciso que nós déssemos os nós brinquedos - e liberdade - para uma criança mais forte, eleita e bem mais preparada (por nós mesmos???) para que esta garantisse que nós tivéssemos como "brincar" sem relhar o direito do outro. Este novo "dono do jogo" deveria dictar as regras e praticar sua função de juiz e determinar quem estaria certo ou errado em uma partida que seja. Ora lá se isto daria certo. Começou-se a pensar quem seria este escolhido e porque este seria o escolhido. Logo a celeuma agora era pela escolha e não pela necessidade. Lá vão mais uns maltes de cerveja. 

E aí veio-se das bandas francófonas outro sujeito a dizer que todos nascemos como anjos de candura. Que o que corrompe-nos é justamente este viver em sociedade com pessoas, advinhem, ruins, mesmo que todas sejam boas. Esta actitude não só era suspeita como era digna de pena para com todos os que estavam a participar. do jogo. O jogo aí era para conter a desigualdade que os próprios jogadores impunham-se ao envelhecerem (sic). Uma auténtica briga generalizada pela acção de dominar, pois entrou em cena algo pior: uma actividade paranormal chamada "poder" junto a outra entidade chamada "governo" civil que faria com que pessoas sãs perdessem a sanidade diante delas. Isto até que dá um caldo um pouco grosso, mas... Só isto. Depois a "fome" regressa a embrulhar o estómago. 

Aí veio outro indivíduo que disse que "vamos mudar de jogo", damos forças a só alguns e os outros "eles" estarão fora da brincadeira. Com uma régua ideológica, eles simplesmente ceifaram a vontade de uns, de uma grande maioria, e criaram uma narrativa bem bonita sobre horizonte, ajudar aos menos favorecidos, aos brincantes mais frágeis e dominá-los justamente por mantê-los fracos e aí todos começaram a achar que isto era o suficiente para o jogo ser bem jogado. Ah, ledo engano! O jogo era somente "para nós". Nós, nós, nós, eles, eles, eles, e quem são? O lucro dos jogos sempre nas mesmas calcinhas e mesmos fundilhos e ninguém a saber o que era. Como saber? 

Como este texto irónico, como todos, só quis trazer elementos errados descritos acima, pode ser que em outro indivíduo encontre alguma razão de ser. Fazemos o que queremos para ganhar ao jogo. Mas o que queremos fazer? Depende da ocasião. Embora muitos dos terceiro grupo queiram apropriar-se deste segundo ponto o pior está ainda por vir: um sanho de discussões e de "nós x eles" que tornou-se hegemonia até na cultura. Pobres somos nós que queríamos somente uma partida pequena de gamão. 


Eustáquio Silva (05/06/2016).

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Eu represento-me: não a movimentos sociais e colectivos.

Quando vejo polémicas como as de uma peleja entre machismo x feminismo logo penso, não há lado certo. Um é abominável e o outro é simplesmente, em linhas gerais, a reacção de inversão deste. Quando uma feminista diz que TODOS os homens tendem a ser estupradores ou que um machista justifica um estupro em grupo porque a mulher estava DEPOIS do horário desacompanhada à rua (Brasil e Índia, respetivamente) eu pergunto-me: o que há com o mundo? 

Quando um negro precisa submeter-se a um colectivo e por qualquer põe de volta o pé de volta à senzala que nem mais existe e discrimina o não negro em seu discurso ao dizer que o diretório de negros deve pertencer a negros, pois só estes sabem o que é sofrer racismo, eu coloco-me a seguinte questão: não é só a mãe que pode ser mãe e o pai que pode ser pai? É mesmo assim? É mesmo deste jeito primitivo que funciona o mundo?  

Aí penso com mais esmero e vejo-me enredado em uma teia: ao fim e ao cabo querem representar-me enquanto um fantoche de bandeiras que não levanto. Não incomodo-me que chamem-me de negro. Não acho pejorativo e, tão-pouco, racismo. Incomodar-me-ia caso fizessem-me de capacho, de serviçal ou mo impedissem de frequentar lugares que queira ir porque sou negro. Mas eu sei defender-me e não preciso de um grupo ligado ao socialismo para que faça-me isto. Não sou desprovido de intelecto para que delegue a outrem questões minhas. Não é de meu feitio. Alguém aí duvida? Alguém aí acha-se menos propício a operar sua própria defesa quotidiana? 

Mas lá estão os porta-vozes do apocalipse. Lá estão os advogados, que sempre cobram, para criar movimentos e colectivos cuja função é defender as suas crenças e desejos e não as minhas, que sou proibido de pensar diferente. Tenho que ser a favor de políticos que evidenciam a diferença. Tenho que ter em mente que sou inferior e que devo querer ser superior à forceps. Quem não deparou-se com preconceituosos? Todos. Mas quem não deparou-se com vítimas de preconceitos que transformam-se nos piores preconceituosos possíveis? Também não é novidade. E é deste segundo grupo que estes movimentos alimentam-se. A despertar a pena, a compaixão para alguém que tem plena condições de ser a si mesmo e por si mesmo, tais elementos apenas mantêm os preconceitos já existentes e conduzem-me à petrificação, sobretudo quando convém. 

Não engane-se. O mundo inteiro quer demonstrar que nós temos falhas. Mas este mundo socialista e capenga engana-se. De uma situação cria múltiplas facetas. Constrói os tabus quando os solidifica. Depõe contra si mesmo quando deveria primar pela liberdade de homens, mulheres, gays, lésbicas, bissexuais, transsexuais, transgéneros, negros, negras, índios, e assim por diante como liberdade total para serem o que quiserem e não comporem uma soma de vítimas eternas que não reagem diante do céu turvo em que emergem. 

Aos que não gostarem de meu texto tomem-no como todos os outros: um texto irónico. Sempre um texto irónico. 


Eustáquio Silva (03/06/2016)

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A cultura sem cultura do Brasil

Sou obrigado a, novamente, falar do Brasil. Mas eu vos exorto, este não será o único assunto do ironista. 

O que houve com aquilo que chama-se cultura em Brasil? Os artistas, geralmente, abastecidos pela lei Rouanet, de autorização à promoção de cultura não só a artistas "consagrados" (sic), mas a artistas fora do eixo cultural e iniciantes? Não sei. Mas há alguns exemplos de que o governo afastado do PT usou destes artistas que agora, em nome de uma suposta ideologia, defendem ferrenhamente aquilo que nem se pode defender em pertencer-se à classe artística brasileira e, pior, fazem-no sem pudor em praças internacionais...

Elenquei alguns dos acontecimentos, sem citar nomes, pois todos são deveras sensíveis ao público que os fazem conhecidos e irão, certamente, querer retaliar quem os coloque em xeque. 

1- Um diz que a lei é de autorização e não de captação de recursos para determinados fins artísticos. Porém, esquece-se de dizer que os recursos geralmente, não em todos os casos, isto seria leviandade, de cofres públicos, ou seja, de nós mesmos. A cultura tornou-se um braço de distribuição de renda a quem tem renda altíssima. Mais uma vez defender a lei não é a mesma coisa que defender aquilo que chamas-se de defender a cultura. Mas eles acham-se a cultura e esta indispensável sem eles. Mas Machado de Assis e Dalva de Oliveira precisaram disto para serem grandes como foram? E Grande Otelo? 

2- Vão a Cannes, França, para, depois de quase R$ 3,0 milhões arrecadados chamar de golpe aquilo que há no Brasil. Muitos moram em condomínios fechados e outros nem ao Brasil moram e são defensores de última hora do golpe. Quanta desfaçatez! Ainda mais quando o filme é beneficiário. O golpe está em um próximo filme ter de ir atrás de patrocínio pelo talento dos artistas e não pelo incentivo desonesto do governo. 

3- Artistas sérios que não quiseram participar desta cena abjeta são alvo nas redes sociais. Não respeitam nem colegas de trabalho que são massacrados por militância. Em estilo mais democrático possível eles xingam e pixam tudo o que refere-se a estes nomes. Ah, mas isto é liberdade de expressão! Ao ator Marcelo Serrado, deste eu cito o nome, sobraram acusações, boicotes, xingamentos em redes sociais e nenhuma solidariedade destes quanto ao "golpista" Serrado. Além de tudo não sabem nem sequer ajudar a um colega de profissão. Ó Moliére, façais logo uma peça, uma nova Comédia dos Erros. 

4- Artistas, a pensar serem arautos da intelectualidade debocham do brasileiro e pedem ajuda internacional para o que instituições brasileiras de forma limpa determinaram que foi o afastamento da presidente reformadora de gramáticas e destruidora de idiomas. Dilma conseguiu com que atrizes fossem recorrer até ao Papa e obtiveram como resposta que a União Européia deve intervir, se for o caso, em Venezuela e não em Brasil. O tiro saiu pela culatra. 

Com tudo exposto acima dá-se nome a isto que fazem: desespero e oportunismo. Blogs não terão mais patrocínios estatais e serão como este blog simplório: gratuitos e sem receita. Contractos serão repisados com cláusulas de competência e não com Q.I's que só afastam o melhor actor para o fim da fila. 
No mais a cultura ou descultura brasileira segue a fazer filmes questionáveis do ponto de vista geral e a não ganhar nada em contrapartida a intelectuais que usam redes sociais que somente espalham e disseminam o pérfido e despencado em política social. Comunismo e sua cultura monolítica jamais conseguirão demonstrar que a vida cultural vive por si e que projectos a serem apoiados devem ser aqueles que busquem fazer conhecer e a reconhecer quem realmente merece e não só rostos bonitos à tela ou em peças a fazer da medriocridade regra. 


Eustáquio Silva (18/05/2016). 


terça-feira, 17 de maio de 2016

Brasil: Um país de cócoras.



A República Federativa do Brasil, em seu centésimo vigésimo sétimo ano de existência, está literalmente de cócoras. Quando uma mulher afasta suas roupas íntimas e faz as suas necessidades fisiológicas em foto de um desafecto demonstra aquilo que o país tornou-se: uma imensa latrina. A democracia tão aludida e a Constituição que diz-se ser rasgada, em verdade, nunca foi respeitada em projecto de Poder do Partido dos Trabalhadores. A reacção instantánea é totalmente condizente com o nível educacional e de raiva incontida na política.

Se uma pessoa passa-se a este delicto sob voto de indignação lembra-me Renato Descartes para o qual o bom senso, ironicamente, seria o mais bem distribuído entre todos os seres humanos. Em uma terra sonámbula e devastada, em constante queda económica, alguém cuspir em plenário, defender torturadores e ainda defecar em imagens de desafectos torna a lição cartesiana totalmente cabível. Em um país com tamanho desvirtuamento o dejeto orgánico é o mais aplicável. Não vejo sequer uma actitude própria de um país por estas searas. O país vê diluir o seu sonho irrealizável de ser o país do futuro. Como o que fica é o que será escrito, logo deixo registado: este país acabou ou foi acabado por tanta corrupção e educação (mesmo com o propósito de “pátria educadora”).

Notadamente o epíteto “golpe” junto ao vocábulo “democracia” e mais “defesa” são anacrónicos em espécie e género. Logicamente inconsistentes. Socialmente indefensáveis e o jeito de criar uma aura para um crime de “acto para o povo” é uma estratégia antiga, pero não mais aceitável para um governo. O risco é de que o país torne-se piada internacional com falta abundante de clareza e existência de realidade. Daí Descartes é chamado mais uma vez ao texto para edificar à clareza o principal ponto: ninguém é tão claro em sua vulgaridade quanto expelir dejetos em nome de uma suposta ideologia da já desgastada esquerda, que não mais é possível ser dicta como uma que preze pelo outro.
Notadamente o que temos cá é o que lá se pode chamar de evidente abismo. O mundo cresce, mesmo que pouco, e vemos lançados crimes, fraudes, e juros astronómicos em um país que vangloriava-se de crescer à contramão de uma crise mundial. As mentiras coleccionam-se. O mundo espanta-se diante da cacofonia que o país tornou-se.

Em suma: quando um país tem como palavra mais usada a palavra “crise”, nem os 127 anos de República viram algo igual, e tem-se o bestial de volta à pauta do dia, mas agora no governo, só fezes representam ao país.

Eustáquio Silva (29/04/2016).