Sou obrigado a, novamente, falar do Brasil. Mas eu vos exorto, este não será o único assunto do ironista.
O que houve com aquilo que chama-se cultura em Brasil? Os artistas, geralmente, abastecidos pela lei Rouanet, de autorização à promoção de cultura não só a artistas "consagrados" (sic), mas a artistas fora do eixo cultural e iniciantes? Não sei. Mas há alguns exemplos de que o governo afastado do PT usou destes artistas que agora, em nome de uma suposta ideologia, defendem ferrenhamente aquilo que nem se pode defender em pertencer-se à classe artística brasileira e, pior, fazem-no sem pudor em praças internacionais...
Elenquei alguns dos acontecimentos, sem citar nomes, pois todos são deveras sensíveis ao público que os fazem conhecidos e irão, certamente, querer retaliar quem os coloque em xeque.
1- Um diz que a lei é de autorização e não de captação de recursos para determinados fins artísticos. Porém, esquece-se de dizer que os recursos geralmente, não em todos os casos, isto seria leviandade, de cofres públicos, ou seja, de nós mesmos. A cultura tornou-se um braço de distribuição de renda a quem tem renda altíssima. Mais uma vez defender a lei não é a mesma coisa que defender aquilo que chamas-se de defender a cultura. Mas eles acham-se a cultura e esta indispensável sem eles. Mas Machado de Assis e Dalva de Oliveira precisaram disto para serem grandes como foram? E Grande Otelo?
2- Vão a Cannes, França, para, depois de quase R$ 3,0 milhões arrecadados chamar de golpe aquilo que há no Brasil. Muitos moram em condomínios fechados e outros nem ao Brasil moram e são defensores de última hora do golpe. Quanta desfaçatez! Ainda mais quando o filme é beneficiário. O golpe está em um próximo filme ter de ir atrás de patrocínio pelo talento dos artistas e não pelo incentivo desonesto do governo.
3- Artistas sérios que não quiseram participar desta cena abjeta são alvo nas redes sociais. Não respeitam nem colegas de trabalho que são massacrados por militância. Em estilo mais democrático possível eles xingam e pixam tudo o que refere-se a estes nomes. Ah, mas isto é liberdade de expressão! Ao ator Marcelo Serrado, deste eu cito o nome, sobraram acusações, boicotes, xingamentos em redes sociais e nenhuma solidariedade destes quanto ao "golpista" Serrado. Além de tudo não sabem nem sequer ajudar a um colega de profissão. Ó Moliére, façais logo uma peça, uma nova Comédia dos Erros.
4- Artistas, a pensar serem arautos da intelectualidade debocham do brasileiro e pedem ajuda internacional para o que instituições brasileiras de forma limpa determinaram que foi o afastamento da presidente reformadora de gramáticas e destruidora de idiomas. Dilma conseguiu com que atrizes fossem recorrer até ao Papa e obtiveram como resposta que a União Européia deve intervir, se for o caso, em Venezuela e não em Brasil. O tiro saiu pela culatra.
Com tudo exposto acima dá-se nome a isto que fazem: desespero e oportunismo. Blogs não terão mais patrocínios estatais e serão como este blog simplório: gratuitos e sem receita. Contractos serão repisados com cláusulas de competência e não com Q.I's que só afastam o melhor actor para o fim da fila.
No mais a cultura ou descultura brasileira segue a fazer filmes questionáveis do ponto de vista geral e a não ganhar nada em contrapartida a intelectuais que usam redes sociais que somente espalham e disseminam o pérfido e despencado em política social. Comunismo e sua cultura monolítica jamais conseguirão demonstrar que a vida cultural vive por si e que projectos a serem apoiados devem ser aqueles que busquem fazer conhecer e a reconhecer quem realmente merece e não só rostos bonitos à tela ou em peças a fazer da medriocridade regra.
Eustáquio Silva (18/05/2016).
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