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terça-feira, 17 de maio de 2016

Brasil: Um país de cócoras.



A República Federativa do Brasil, em seu centésimo vigésimo sétimo ano de existência, está literalmente de cócoras. Quando uma mulher afasta suas roupas íntimas e faz as suas necessidades fisiológicas em foto de um desafecto demonstra aquilo que o país tornou-se: uma imensa latrina. A democracia tão aludida e a Constituição que diz-se ser rasgada, em verdade, nunca foi respeitada em projecto de Poder do Partido dos Trabalhadores. A reacção instantánea é totalmente condizente com o nível educacional e de raiva incontida na política.

Se uma pessoa passa-se a este delicto sob voto de indignação lembra-me Renato Descartes para o qual o bom senso, ironicamente, seria o mais bem distribuído entre todos os seres humanos. Em uma terra sonámbula e devastada, em constante queda económica, alguém cuspir em plenário, defender torturadores e ainda defecar em imagens de desafectos torna a lição cartesiana totalmente cabível. Em um país com tamanho desvirtuamento o dejeto orgánico é o mais aplicável. Não vejo sequer uma actitude própria de um país por estas searas. O país vê diluir o seu sonho irrealizável de ser o país do futuro. Como o que fica é o que será escrito, logo deixo registado: este país acabou ou foi acabado por tanta corrupção e educação (mesmo com o propósito de “pátria educadora”).

Notadamente o epíteto “golpe” junto ao vocábulo “democracia” e mais “defesa” são anacrónicos em espécie e género. Logicamente inconsistentes. Socialmente indefensáveis e o jeito de criar uma aura para um crime de “acto para o povo” é uma estratégia antiga, pero não mais aceitável para um governo. O risco é de que o país torne-se piada internacional com falta abundante de clareza e existência de realidade. Daí Descartes é chamado mais uma vez ao texto para edificar à clareza o principal ponto: ninguém é tão claro em sua vulgaridade quanto expelir dejetos em nome de uma suposta ideologia da já desgastada esquerda, que não mais é possível ser dicta como uma que preze pelo outro.
Notadamente o que temos cá é o que lá se pode chamar de evidente abismo. O mundo cresce, mesmo que pouco, e vemos lançados crimes, fraudes, e juros astronómicos em um país que vangloriava-se de crescer à contramão de uma crise mundial. As mentiras coleccionam-se. O mundo espanta-se diante da cacofonia que o país tornou-se.

Em suma: quando um país tem como palavra mais usada a palavra “crise”, nem os 127 anos de República viram algo igual, e tem-se o bestial de volta à pauta do dia, mas agora no governo, só fezes representam ao país.

Eustáquio Silva (29/04/2016).

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