A
República Federativa do Brasil, em seu centésimo vigésimo sétimo
ano de existência, está literalmente de cócoras. Quando uma mulher
afasta suas roupas íntimas e faz as suas necessidades fisiológicas
em foto de um desafecto demonstra aquilo que o país tornou-se: uma
imensa latrina. A democracia tão aludida e a Constituição que
diz-se ser rasgada, em verdade, nunca foi respeitada em projecto de
Poder do Partido dos Trabalhadores. A reacção instantánea é
totalmente condizente com o nível educacional e de raiva incontida
na política.
Se
uma pessoa passa-se a este delicto sob voto de indignação lembra-me
Renato Descartes para o qual o bom senso, ironicamente, seria o mais
bem distribuído entre todos os seres humanos. Em uma terra sonámbula
e devastada, em constante queda económica, alguém cuspir em
plenário, defender torturadores e ainda defecar em imagens de
desafectos torna a lição cartesiana totalmente cabível. Em um país
com tamanho desvirtuamento o dejeto orgánico é o mais aplicável.
Não vejo sequer uma actitude própria de um país por estas searas.
O país vê diluir o seu sonho irrealizável de ser o país do
futuro. Como o que fica é o que será escrito, logo deixo registado:
este país acabou ou foi acabado por tanta corrupção e educação
(mesmo com o propósito de “pátria educadora”).
Notadamente
o epíteto “golpe” junto ao vocábulo “democracia” e mais
“defesa” são anacrónicos em espécie e género. Logicamente
inconsistentes. Socialmente indefensáveis e o jeito de criar uma
aura para um crime de “acto para o povo” é uma estratégia
antiga, pero não mais aceitável para um governo. O risco é de que
o país torne-se piada internacional com falta abundante de clareza e
existência de realidade. Daí Descartes é chamado mais uma vez ao
texto para edificar à clareza o principal ponto: ninguém é tão
claro em sua vulgaridade quanto expelir dejetos em nome de uma
suposta ideologia da já desgastada esquerda, que não mais é
possível ser dicta como uma que preze pelo outro.
Notadamente
o que temos cá é o que lá se pode chamar de evidente abismo. O
mundo cresce, mesmo que pouco, e vemos lançados crimes, fraudes, e
juros astronómicos em um país que vangloriava-se de crescer à
contramão de uma crise mundial. As mentiras coleccionam-se. O mundo
espanta-se diante da cacofonia que o país tornou-se.
Em
suma: quando um país tem como palavra mais usada a palavra “crise”,
nem os 127 anos de República viram algo igual, e tem-se o bestial de
volta à pauta do dia, mas agora no governo, só fezes representam ao
país.
Eustáquio
Silva (29/04/2016).
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