Prestai atenção ó todos que visitais este blog, ora lá se não falaria do grande Deleuze, a dobra da filosofia contemporánea em minha estréia enquanto o irónico a escrever sobre história, política, cotidiano e filosofia.
Este nobre senhor francês, devoto da boa filosofia em pedaços faz-se mister em este blog com toda a honra devida a um esquizofrénico, como gostaria de ser chamado.
Por começar a falar de sua habilidade em ver o horizonte e nisto falar o que é esquerda, ou ser de esquerda. Atentai ó vós que este nobilíssimo pensador do pós, antes do fim do moderno, diz-nos que a idéia de um pensador sério é fazer o pensamento de fora para dentro. A visão totalmente barroca de sua filosofia (culto a conceptismo) faz com que voltemos nós os nossos surrados olhos para a realidade do outro e deixemos a nossa por ficar de lado. Fixe! Alguns dirão que nada mais nobre. Mas gostaria de perguntar ao detentor dos Platôs qual seria a forma de colocar o olho a fora de sua órbita. Um porte nobre precisa de uma actividade paranormal que possa convencer-nos de sermos detentores da verdade conjugada de que só sendo "nós" e a esquecer de ser "eu" nós podemos falar em pensamento aproveitável.
Esqueçais os pudores!
Aí vem mais uma choviscada do pensador francês: isto é ser de esquerda! E ser de esquerda é fundamental!
A lá me vão os fios brancos de minha pêra. Ah não me digais tal coisa ó miúdo! Não posso crer que eu, a esta altura de minha vida, acredite que vós, ó baluarte da cimeira do pensamento continental, realmente queirais que eu comungue de vossa opinião. Com a devida vénia, não é-me oportuno.
Ademais o intrépido pensador faz abecedários onde tira quem quer e coloca quem quer como pensador. Olhe lá: o pensamento é segundo ele de fora para dentro, mas os pensadores são de dentro para fora.
Tem coisas que devo ter meus defeitos em compreender, mas eis um problema que um ironista há de resolver-se: como eu posso pensar fora de mim? E ainda ser "gauche"? E ainda estar apto à realidade e a normalidade mental? Ah, mas quase esqueci-me, ele é um esquizofrénico.
Como um esquerdista pensa um horizonte? Por si mesmo, por suposto. Ele coloca o horizonte e ele mesmo vai em busca deste. Ele mesmo constrói um horizonte e vai domá-lo logo após. Que ironia! Que ironia!
Prefiro deixar em canto quieto meus nervos e somente dizer-vos que esta passada de perna filosófica de um pensador francês pós do não pós é o que ele tem a oferecer-nos e muitos adeptos deste fazem-no com a animação de miúdos que catam pedregulhos à praia.
Mas não vos esqueçais! Ele é de esquerda e se não fores também podes ter problema se dizeres algo mais alto. Esquezofrénicos assumidos são perigosos, ora pois!
Eustáquio Silva (17/05/2016)
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